IIID reacende rivalidades entre Braga e Guimarães

O governo decidiu atribuir o IIID à cidade de Braga. Agora, as principais questões prendem-se com a sua localização, sendo que nenhuma das três propostas agrada. Em Guimarães ninguém se conforma, criticando o processo de escolha.

A decisão ministerial em colocar o futuro Instituto Ibérico de Investigação e Desenvolvimento (IIID) em Braga, gerou descontentamento em Guimarães. Os vimaranenses acreditam estar melhor preparados para acolher o IIID, já tendo um espaço adequado para o mesmo, o Ave Park. Fontes próximas do gabinete do primeiro-ministro garantem que, a localização do IIID em Braga, surge como medida compensatória pela atribuição da capital Europeia da Cultura a Guimarães.
De acordo com uma informação presente no JN, a situação do IIID em Braga é o resultado da negociação entre a edilidade bracarense e o Governo. Terão sidas estas negociações que levaram à atribuição da capital Europeia da Cultura em 2012 a Guimarães e à concentração do Instituto na cidade dos arcebispos.
O IIID, que privilegiará a investigação em áreas de especialização, como as nanociências e a computação avançada, terá sido atribuído a Braga directamente pelo primeiro-ministro, que terá pretendido não deixar nenhum dos dois autarcas, ambos socialistas e com forte peso na região, de “mãos a abanar”.
O IIID acolherá mais de 200 investigadores, de diferentes nacionalidades, prevendo-se que comece a trabalhar já no próximo ano com um investimento público, português e espanhol, anual de 30 milhões de euros.

Três opções de para a sua localização
A Câmara de Braga colocou já três diferentes opções de localização para o IIID. Foram elas o Parque de Exposições, a actual Bracalândia e a Quinta dos Peões. Todavia, como o IIID deverá ocupar uma área equivalente a sete campos de futebol, nenhuma das zonas propostas tem agradado.
Qualquer uma delas poderia acolher o edifício central, porém no longo prazo tornar-se-ia demasiado apertado pois há quem perspective a deslocação de empresas para a zona subjacente ao Instituto.
O actual vereador pelo PSD, Ricardo Rio, argumenta que deverá ser encontrada “uma solução com capacidade de expansão, uma zona de desenvolvimento industrial e com bons acessos.” O candidato derrotado nas últimas autárquicas acrescenta ainda que o IIID deverá ser um “catalisador do desenvolvimento regional e indexar parque industrial de excelência”.
O presidente da AIMinho, António Marques, vai de encontro a essa ideia, sublinhando que o IIID deverá ser encarado não como “o objectivo último de uma estratégia, mas antes a primeira pedra para a região do conhecimento. Um local capaz de atrair novas empresas e potenciar as tradicionais”.

Berço descontente
Guimarães não se conforma com a atribuição do IIID a Braga. Os responsáveis argumentam que já tinham o local ideal para o Instituto, o Ave Park, e criticam a atribuição do IIID a Braga como forma de compensar a cidade bracarense pela atribuição da Capital Europeia da Cultura a Guimarães.
O vereador do CDP/PP, Rui Barreira, assinala isso mesmo: “Parece que estamos perante moedas de troca. Guimrães foi escolhida para capital europeia da cultura pelas suas gentes e pelas suas infra-estruturas”.
O líder do PSD local, Rui Vítor Costa, classificou a atribuição do IIID para Braga como “um delírio”. Para o político, o novo Instituto Ibérico vai “fazer concorrência ao Ave Park, que foi financiado e arrancado a ferros para esta região”.
O militante do PCP, Cândido Capela Dias, deu mostras da sua incompreensão pela atribuição do IIID a Braga porque “Guimarães já dispõe de um espaço adequado para o seu funcionamento, enquanto Braga terá ainda de encontrar uma infra-estrutura para o efeito”.
O administrador do Ave Park, Remídio de Castro, não alimenta polémicas. A seu ver “a região sai vitoriosa na medida em que foi a escolhida, no contexto nacional, para a instalação deste Instituto Ibérico. Entendíamos que o Ave Park reunia condições para acolher este tipo de infra-estrutura, mas não saímos prejudicados com esta situação; a decisão não inviabiliza o parque”.
Já a autarquia bracarense não revela surpresa pela localização do IIID no seu concelho. De acordo com uma fonte do município, há já muito que o primeiro-ministro, José Sócrates, havia “garantido a instalação do instituto em Braga”.

1 Responses to “IIID reacende rivalidades entre Braga e Guimarães”

  1. # Blogger Unknown

    É sem duvida tentar valorizar as duas cidades, no entanto e a meu ver, capital europeia da cultura é passageiro e nao tem tanta importancia como um instituto com tais capacidades, contudo acho que, como o pais esta a levantar-se e a desenvolver-se tecnologicamente, penso que chegara a vez de guimaraes ter um instituto igual ou com melhores capacidades. Alem de o merecer tem as condiçoes propicias para qualquer tipo de projecto, ja braga, e desculpem a quem isto cair mal, tem um "fetiche" por evoluir a cidade à base de avenidas e predios desenquadradados, nao vejo planeamento nem insfraestruturas suficientemente capazes de aberguar, neste momento, um instituto de grande porte.  

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