Mudança

A equipa redactorial do Tal e Qual anuncia que a partir de hoje irá trabalhar noutro sítio: foitalequal.wordpress.com.

Esperamos continuar a poder contar com as vossas visitas.

Pedro Romano
Phillipe Vieira
Rui Rocha

Site do JN vai mudar de cara

Chefe de redacção Paulo Ferreira garante mudanças brevemente

À margem das X Jornadas de Comunicação Social, o chefe de redacção do Jornal de Notícias (JN) Paulo Ferreira anunciou ontem ao ComUM que o sítio onlne do jornal vai ser reestruturado dentro em breve. De visita à Universidade do Minho (UM), o jornalista afirmou que o órgão informativo "não se compromete com uma data, porque o essencial é que [o produto final] saia bem”.

O novo sítio na Internet do JN será "um site muito interactivo", mais "próximo dos cidadãos", garantiu Paulo Ferreira, anunciando ser intenção do jornal permitir comentários aos artigos colocados online. Os textos do leitor devem, no seu entender, ser "sempre mediados". "Os jornais têm uma obrigação para com o seu público que os limita obviamente naquilo que publicam. Não nos podemos dar ao luxo de ter no nosso site comentários acima do limite" eticamente aceitável, declarou.

Reconhecendo que provavelmente "há outras soluções", o jornalista mostrou-se "defensor" da mediação dos textos escritos pelos leitores. "A assinatura dos comentários, ainda que nos possa desresponsabilizar legalmente, nos tribunais, não nos desresponsabiliza eticamente", pelo que é um dever do JN filtrar o feedback do público, assegurou.

Ainda que o JN seja "transversal", porque "entra pelas classes todas", o seu conteúdo "é mais disperso, muito mais volátil" do que o do jornal Público. Assim, Paulo Ferreira não crê que o número de comentários do seu jornal vá ser próximo do do jornal lisboeta. "Os comentários do Público são de índole diferente" da que orienta os critérios editoriais do JN, sublinhou.

Mudança ainda sem data

Mas quando é que esta nova concepção se tornará realidade? "Não há nenhuma data ainda, porque tivemos alguns problemas que resultaram de uma parceria menos eficaz com a SAPO", afiançou o chefe de redacção. "Partimos basicamente quase do zero" e "não nos interessa tanto que [o processo] seja rápido", embora não deva ser muito demorado, indicou.

As alterações no JN não se ficam pela estrutura do site e pela procura de interactividade. Porque a região Norte de Portugal constitui "quase 90 por cento do público" do jornal, este está já a apostar seriamente nessa área do país. "É uma aposta essencialmente no público-alvo actual e resulta de um compromisso de relação cada vez mais directa com esse público-alvo", asseverou Paulo Ferreira.

Segundo o jornalista, a recente substituição da região Minho pela secção Norte é mais do que uma mudança no nome. Norte "agrega Trás-os-Montes, tal como um pedaço de Aveiro", informou, acrescentando que a nova configuração geográfica do jornal respeita a Nomenclatura das Unidades Territoriais II (NUT II).

Imagem: Paulo Ferreira (à direita) foi integrado no painel “Futuro sem intermediários?” das X Jornadas de Comunicação Social (Foto: Victor Ferreira/ComUM)

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IX Semana de Psicologia começou ontem

Organizada pela Associação de Estudantes de Psicologia da Universidade do Minho (AEPUM), a IX Semana de Psicologia teve ontem início com a visualização do filme "Um Anjo à Minha Mesa" no estaleiro cultural Velha-a-Branca. As actividades prolongam-se até quinta-feira.

Enquadrado no ciclo de cinema da AEPUM, o filme marca o primeiro dos dois dias de utilização do espaço bracarense para as actividades do grupo. Hoje, pelas 21h45, terá lugar também no Velha-a-Branca um debate encabeçado pelo docente da UM José Manuel Curado. "Luz Misteriosa - a Consciência no Mundo Físico" é o nome da Reunião Informal à Terça (RITE) desta semana.

Porque a Psicologia abrange as mais diversas áreas, será apresentada amanhã pelo docente da UM Rui Abrunhosa uma conferência de nome "O papel do psicólogo da Justiça". O evento terá lugar às 11h00, antecedendo a comunicação da professora da Universidade de Lisboa Helena Marujo. "Educar para o optimismo e para a felicidade: um olhar apreciativo e crítico sobre a Psicologia Positiva" será o tema em debate. O anfiteatro principal do novo Instituto de Educação e Psicologia (IEP) será o palco dos eventos.

O último dia de eventos, 29 de Março, passado todo ele no mesmo espaço, contará com o lançamento da segunda edição do Plano Experimental Desenvolvido por Alunos (PEDAL). Presentes estarão os concorrentes da primeira versão, Armando Machado e Bruno Aragão. À tarde haverá uma Reunião Geral de Alunos subordinada ao tema Processo de Bolonha. O evento terá a presença de Pedro Albuquerque, professor na UM.

Imagem: Cartaz da IX Semana de Psicologia (Foto: Rui Rocha/ComUM)
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Irão recusa-se a libertar militares britânicos

Governo Iraniano mantém-se indiferente aos pedidos de libertação vindos do Iraque

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Hoshiyar Zebari, pediu ao seu homólogo iraniano, Manoshahr Mutakki, que libertasse os 15 marinheiros britânicos que foram capturados pela marinha do Irão por, alegadamente, terem invadido águas territoriais iranianas há quatro dias atrás.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque tem-se desdobrado em contactos com o Irão com vista à libertação dos 15 marinheiros britânicos que tripulavam o HMS Cornwall. Segundo o político iraquiano, a prisão não se justifica pois a tripulação encontrava-se em águas iraquinas.

Num comunicado lançado à imprensa local, o ministro iraquiano revelou que “de acordo com a informação disponível os soldados foram detidos dentro de águas iraquianas”.

O navio HMS Cornwall é o responsável pela patrulha dos mares do Iraque. No comunicado oficial revela-se que o navio estava “a cooperar com as forças multinacionais com a aprovação do governo iraquiano e de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.

De acordo com o porta-voz do ministério, “o ministro tem apelado para a libertação dos detidos e para que se lide com este assunto de forma mais sensata”.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, deu conta da sua “confiança absoluta” de o navio se encontrava a operar em águas iraquianas e voltou a exigir a sua libertação.

Incidente não é inédito

No domingo, o embaixador do Reino Unido no Irão, Geoffrey Adams, encontrou-se com oficiais do governo de Teerão mas não conseguiu a libertação dos 15 tripulantes do navio – oito marinheiros e sete fuzileiros.

Esta não é a primeira vez que um navio britâncio e seus tripulantes são detidos por agentes iranianos por, supostamente, terem invadido águas territorias iranianas.

Há três anos atrás foram oito os oficiais britânicos detidos. O fuzileiro, Scott Falon, fez parte desse grupo e revelou, em entrevista à BBC, que ele e os seus colegas foram sujeitos a tortura psicológica e acusados de espionagem.

“Eles apenas queriam saber qual a nossa missão – porque estávamos no Irão. Não tínhamos resposta para essas questões. A nossa missão era no Iraque, que era onde estávamos. Suponho que seja exactamente isso que se esteja a passar agora”.

“Nunca se sabe se estão a tentar acusar-nos de mais alguma coisa. No nosso caso, acusaram-nos de sermos espiões no Irão, algo que era completamente novo para nós”, conclui o antigo fuzileiro britânico.

Código de Processo Penal não protege as crianças

José Fernando Silva esteve no último dia do Colóquio Luso-Alemão

“Estamos ainda longe de dar o passo adequado para a protecção dos interesses da criança”. José Fernando Silva, da Faculdade de Direito da Universidade Autónoma de Lisboa, esteve hoje na Universidade do Minho (UM) e integrou o último painel do Colóquio Luso-Alemão do Simpósio de Direito Processual Penal. O docente falou na “Representação dos menores em processo penal” no dia em que o homenageado Figueiredo Dias fechou o ciclo de conferências.

O facto de que os pais são quem legalmente tutela as crianças e os seus interesses faz com que estes sejam por vezes negligenciados, já que os pais também são agentes de delito. Foi em torno desta problemática que o professor da instituição lisboeta fez incidir o seu discurso. Segundo José Fernando Silva, o interesse superior da criança faz com que "importe definir quem está em melhores condições para saber qual é esse interesse", os seus representantes legais ou o Ministério Público (MP).

De facto, garantiu o docente, "o direito de queixa está conferido aos representantes legais da criança, mas esse direito deve ser exercido pelos representantes legais no âmbito do interesse da criança", o que nem sempre acontece. Porém, "o MP pode excepcionalmente substituir-se aos representantes legais e ultrapassar a inércia deles". Só assim se pode fazer com que o bem-estar da criança se sobreponha ao dos seus representantes legais. Mas essa é uma saída que não defende totalmente o infante "Estamos ainda longe de dar o passo adequado para a protecção dos interesses da criança", concluiu José Fernando Silva.

O professor criticou ainda a "relativamente tímida" influência dos casos de delito contra crianças no Direito Processual Penal e apresentou uma resolução para o problema actual. Seria melhor “reservar para o MP essa decisão [do que é melhor para a criança], com o prévio recurso a indivíduos da pedopsiquiatria”, afiançou, defendendo que procurar uma conciliação com os representantes legais, embora com predominância da decisão do MP, seria também desejável. Os representantes legais poderiam opor-se à decisão do MP, cabendo depois a um juiz a decisão final.

Singulares devem dar a cara pelos crimes colectivos

Um tema completamente distinto foi o que dominou os 25 minutos de intervenção do docente da Universidade Católica de Lisboa Germano Marques da Silva. Examinando a distinção jurídica entre pessoa singular e pessoa colectiva, o professor catedrático sublinhou que "a acusação será nula" quando não mostrar os factos que separam o papel dos agentes do do órgão de trabalho na prevaricação.

A grande falha da legislação actual é que "se refere a infracções dos órgãos e não dos titulares dos órgãos", indicou Marques da Silva, acrescentando que "a culpa da pessoa colectiva é culpa própria dos seus agentes". Urge, assim, que "esta praxe não se agrave", antes seja terminada. "A pessoa colectiva deve estar representada" em tribunal por um seu agente, nos termos dos seus estatutos e da lei geral, sublinhou, acrescentando que deve recair sobre esse indivíduo a acusação.

Da Universidade de Friburgo, na Alemanha, veio Peter Hünerfeld, que informou que no seu país "a vítima não tem voz definitiva" nas decisões em Tribunal. Ao invés, Portugal, cuja realidade jurídica conhece, tem em conta quatro entidades cuja participação tem importante peso na deliberação final: MP, juiz, réu e ofendido.

Figueiredo Dias fechou o simpósio

A manhã deste último dia de debate sobre o Processo Penal ficou ao encargo das docente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Anabela Rodrigues e Maria João Antunes, do professor da Universidade de Friburgo Hans-Jörg Albrecht e dos docentes Paulo Sousa Mendes e Paula Ribeiro de Faria, da Faculdade de Direito das Universidades de Lisboa e Católica do Porto, respectivamente.

O dia terminou com a sessão solene de encerramento, presidida pelo vice-reitor da UM Acílio Estanqueiro Rocha, o Presidente da Comissão Executiva do Simpósio, Mário Ferreira Monte, e os Presidentes da Escola de Direito da UM e do seu Conselho Directivo, Luís Couto Gonçalves e José de Faria Costa. Homenageado pelo simpósio, o criador do Código de Direito Processual Penal em vigor, Figueiredo Dias, fechou o dia e o ciclo de conferências com um discurso sobre os "problemas e perspectivas do processo penal em Portugal".

Imagem: Rui Rocha/ComUM

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Associativismo em Braga “está bem e recomenda-se”

A afirmação pertence a Pompeu Martins, delegado do Instituto Português da Juventude (IPJ) de Braga que esteve ontem na tertúlia “Um olhar sobre o associativismo”. Organizada pelo Núcleo de Estudantes de Educação da Universidade do Minho (NEDUM), o evento contou ainda com a presença de membros da recém-criada associação Fazer Acontecer.

Martins enalteceu o facto de que o distrito de Braga é dos que melhor conseguem apoios financeiros governamentais para as suas associações. Um processo em que é muito importante a acção do IPJ, indicou o representante da instituição, mostrando-se "satisfeito com os resultados" conseguidos localmente. O associativismo bracarense "está bem e recomenda-se", gracejou.

O associativismo é bastante enriquecedor e curricularmente importante, garantiu Martins, que apontou o problema da comunicação como o principal óbice a uma maior divulgação das suas actividades. Ainda assim, referiu, a actual lei do associativismo resolve alguns erros da anterior, resultando da insatisfação em relação a ela.

Fazer Acontecer representada no encontro

A tertúlia acolheu dois representantes da Fazer Acontecer, uma associação cultural fundada por ex-membros do NEDUM que "nasceu para o público no sábado passado", lembrou Dinis Madureira, um dos convidados. "Começámos no Verão, na perspectiva de concretizar uma ideia e uma vontade", acrescentou Diana Mesquita, também co-fundadora do projecto.

"Começamos do zero, praticamente", prosseguiu Mesquita, que se congratulou pela equipa dinâmica conseguida desde então. Dinis Madureira anunciou a ligação do grupo à Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e o facto de que a Fazer Acontecer é "uma associação juvenil sem fins lucrativos" que tem como objectivo "fomentar o empreendedorismo".

Madureira falou ainda na "vertente formativa" que a Fazer Acontecer tenta inculcar em todos os seus projectos. "Não há uma população-alvo específica. [A nossa associação] abrange todos os géneros, ideologias, etnias. Queremos Fazer Acontecer com toda a gente", sublinhou, rematando com a "experiência completamente nova e muito enriquecedora" que está a ser provida pela filiação ao projecto.

Palhares critica falta de interactividade

No debate moderado pelo director da licenciatura em Educação, Eugénio Silva, o docente do Instituto de Educação e Psicologia (IEP) José Palhares colocou questões relativas ao associativismo. "Fará sentido insistir no modelo associativo actual?" e "não será este modelo de associativismo um satélite da democracia?" foram perguntas deixadas no ar pelo professor, que lamentou que "em Portugal o fenómeno do associativismo tende a fomentar de cima para baixo, e não de baixo para cima".

Os representantes do Corpo Nacional de Escutas (CNE) Ana Sofia e Artur falaram nos ensinamentos apreendidos através do contacto com a instituição fundada em 1923. "O escutismo em Portugal foi fundado em Braga", referiu Ana Sofia, declarando que a maneira como age no quotidiano baseia-se nos "valores que lhe incutiram".

Imagem: Eugénio Silva, José Palhares e Ana Sofia atentos à intervenção de Artur (Foto: Rui Rocha/ComUM)

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Bush e Blair poderão ser acusados por crimes no Iraque

Em declarações ao “The Sunday Times”, o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), o argentino Luís Moreno Ocampo, deu conta de que tanto o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, como o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), George W. Bush, poderão ser culpabilizados por crimes cometidos no Iraque.

Para que o procurador possa levar tal acção a cabo precisa, em primeiro lugar, que o Iraque reconheça o tribunal pois só assim poderá ser possível a apresentação de uma denúncia.

Moreno deu conta da sua disposição em comandar a investigação, sublinhando que “existe certamente uma possibilidade” de Bush e Blair se sentarem no banco dos réus no tribunal de Haia.

“Qualquer país que adira ao Tribunal sabe que qualquer um que cometa um delito no seu território pode ser processado por mim”, sentenciou o procurador.

Ainda de acordo com o mesmo jornal, o embaixador do Iraque nas Nações Unidas, Hamid al-Bayati, revelou que o país tenciona pedir adesão ao Estatuto de Roma, responsável pelo estabelecimento do TPI, do qual o Reino Unido faz parte, mas os EUA não.

Santarém acolhe encontro de estudantes de História

“Ficção e Informação: onde está a História?”. É este o tema do II Encontro Nacional de Estudantes de História (II ENEH), que vai ter lugar em Santarém de 29 de Março a 1 de Abril. José Saramago, Francisco Moita Flores e Luís Farinha estão entre os convidados.

Organizado por alunos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), o evento está dividido em duas conferências e dois workshops. Com "A História na construção de imagens do passado" como tópico de análise, o primeiro debate, a realizar no dia 30, contará com a presença do escritor e Presidente da Câmara de Santarém Francisco Moita Flores, o autor de banda-desenhada José Ruy, o docente da UC Abilio Hernandez e um estudante, ainda a ser designado.

O mesmo painel aguarda as confirmações do famoso escritor José Saramago e do professor catedrático da UC Luís Reis Torgal. No mesmo dia, os professores da FLUC Delfim Leão e Luís Brandão serão os anfitriãos de um workshop, o primeiro dos dois que encabeçam (o segundo realiza-se no dia seguinte).

O dia 31 fica marcado pela conferência "História e os Media: quem produz informação?". Moderado por Isabel Vargues, da FLUC, o debate será realizado pelo investigador da Universidade Nova de Lisboa Luís Farinha, o historiador e jornalista António Louçã, o docente da UC Joaquim Ramos de Carvalho e Mercedes Rico, directora de programação do Canal História.

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Israel quer manutenção do boicote financeiro à Palestina

Novo executivo tem de aceitar condições internacionais

O primeiro-ministro israelita pediu hoje à comunidade internacional que não recomece o envio de ajuda financeira para a Palestina. Na abertura do Conselho de Ministros, Ehud Olmert afirmou que antes da ajuda internacional o recém-formado Governo palestiniano tem de reconhecer Israel e cessar a violência.

O executivo formado ontem "incorpora elementos extremamente problemáticos que são inaceitáveis para Israel e para a comunidade internacional", declarou Olmert. Assim, a política "para isolar um Governo que não aceita os princípios do Quarteto" de Madrid deve permanecer, sublinhou.

O contacto com o executivo palestiniano será exercido de forma indirecta, garantiu Olmert. Mahmoud Abbas, líder da Autoridade Palestiniana (AP) e do partido político Fatah, vai continuar a ser o mediador das negociações israelo-palestinianas, sublinhou, acrescentando que o Hamas, que partilha o novo executivo com a Fatah, terá de seguir as exigências do Quarteto.

O grupo, constituído pelos Estados Unidos (EUA), a União Europeia, a ONU e a Rússia, congelou o apoio financeiro à Palestina há cerca de um ano por esta se recusar a reconhecer o Estado de Israel e não ter renunciado ao uso da violência. Também Israel não faz transferências mensais à Palestina há meses, o que influi na má situação financeira vivida actualmente pela AP.

EUA "desiludidos" com novo Governo palestiniano

Os EUA também exigem do novo grupo dirigente da Palestina o seguimento das condições impostas pelo Quarteto. "Ficámos desiludidos pelos discurso de Ismail Haniyeh no sábado. Ele teve ocasião para aceitar publicamente os princípios estabelecidos pelo Quarteto de Madrid, mas não o fez. Também ficámos desiludidos com o programa que apresentou", declarou um porta-voz da embaixada norte-americana em Telavive, Israel.

Tal como Israel, os EUA continuarão o diálogo com a Palestina através do presidente da AP. "Vamos continuar a ter contactos com o presidente Mahmud Abbas e com personalidades que não sejam membros de uma organização terrorista", afirmou o porta-voz, numa alusão ao grupo político-militar Hamas.

O novo executivo da Palestina resulta de uma coligação entre os dois principais partidos: o Hamas e a Fatah. A votos ontem em Parlamento, foi aprovado por maioria esmagadora (83 contra 3). Na liderança do estado palestiniano fica Haniyeh, do Hamas, que mantém do anterior Governo o cargo de primeiro-ministro.

Ehud Olmert não negoceia com o Hamas (Foto: Slate)

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Jornais privilegiam informação local

Um estudo norte-americano mostra que os meios de comunicação social estão a apostar cada vez mais na informação local. Em declarações ao jornal online JornalismoPortoNet (JPN), o docente da Universidade do Minho (UM) Luís Santos declarou que a nova orientação mediática se deve sobretudo a motivos económicos.

A investigação "The state of the news media 2007", levada a cabo pelo Projecto para a Excelência em Jornalismo e voltada unicamente para a imprensa dos Estados Unidos (EUA), revela que são a forte concorrência e a diminuição dos lucros que estão na base da crescente importância atribuída pelos media aos eventos de cariz local.

Em entrevista ao JPN, o jornalista e professor da UM mostrou-se céptico relativamente à nova opção. "Não sei se é positiva nem a melhor solução", garantiu, acrescentando que a "concentração numa determinada área geográfica" tem sobretudo "viabilidade em termos económicos". É uma "solução empresarial", sublinhou.

Também instado a pronunciar-se pelo JPN foi o jornalista do jornal Público António Granado. Para o ciberjornalista, a aposta no jornalismo local "pode ser uma solução ou uma característica dos novos tempos", até porque "é na criação de nichos que há um potencial infinito".

Internet ganha peso juntos dos leitores

O estudo apresenta ainda dados que revelam a crescente procura da Internet como fonte informativa, em detrimento dos jornais, da televisão e da rádio. Os meios tradicionais estão, conclui a investigação, a perder "clientes" e nos EUA o número de jornais vendidos diminuiu em 3 por cento de 2005 para 2006.

Para Luís Santos, a importância da Internet para os meios de comunicação social traduz-se num "investimento significativo". O ex-jornalista da BBC lembrou que Portugal foi um dos países pioneiros na aposta na Internet. No entanto, o peso do online tem vindo a diminuir no país, afirmou.

Luís Santos, jornalista e docente da Universidade do Minho (Foto: fimdojornalismo.blogspot.com)

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Cavaco defende debate público sobre a Ota

Cavaco Silva afirmou ontem em visita ao Instituto Superior Técnico, em Lisboa, que é essencial que os portugueses conheçam o dossier da Ota. O Presidente da República sugeriu a realização de um estudo que mostre os custos e benefícios da obra que o Governo prevê que esteja terminada em 2017.

Instado a pronunciar-se sobre o empreendimento, o chefe de Estado sublinhou a necessidade de divulgar mais informação aos cidadãos. “É uma questão de transparência, para que eles possam julgar adequadamente as decisões políticas”, alegou Cavaco.

Para o Presidente da República, é essencial fazer a melhor escolha no que ao espaço geográfico da Ota diz respeito. “São os técnicos que devem indicar qual a sua melhor localização”, garantiu o social-democrata, que vai receber na sexta-feira o Presidente do PSD Marques Mendes. O líder do partido de direita deverá pedir a Cavaco que rejeite a pretensão do Governo de construir o polémico aeroporto.

Cavaco reiterou ainda a necessidade de elaborar um estudo rigoroso antes de se avançar para o empreendimento. Tal projecto deve, no entender do Presidente da República, resultar de um minucioso escrutínio dos prós e contras da obra. Essa análise já está, lembrou Cavaco, a ser realizada pelo executivo de José Sócrates e os resultados serão entregues à União Europeia, que financiará parte do projecto.

Foto: luso.fr
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Bush dá apoio ao governo Colombiano

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), George W. Bush, continua o seu périplo pela América da Sul e Central. Após o Brasil e o Uruguai, foi a vez do maior aliado americano no continente, a Colômbia, receber a visita do chefe-de-estado norte-americano.
Foi no palácio presidencial de Bogotá que o presidente Bush falou à imprensa local. “O vosso país atravessou momentos muito difíceis e agora há um futuro promissor em frente.

Bush manteve também o seu apoio incondicional ao presidente colombiano, Álvaro Uribe: “Somos amigos e vamos continuar amigos”.

No entanto, e apesar de reconhecer os esforços do governo no combate ao tráfico de droga, Bush não deixou de concordar com o desejo do Congresso americano de que a Colômbia reforce os seus esforços de modo a garantir que os políticos aliados do governo de Uribe que trabalharam com os cartéis sejam trazidos perante a justiça.

Apesar de ter sido recebido com todas as honras do Estado pelo governo de Uribe, a visita de Bush gerou manifestações em Bogotá. Nas imediações do palácio presidencial, cerca de 2000 protestantes gritaram “Abaixo Bush” e queimaram bandeiras americanas.

À volta de 150 desses protestantes atacaram os polícias presentes no local com pedras, destruindo as barreiras metálicas e os lampiões da rua. 200 polícias responderam aos ataques, lançando gás lacrimogéneo sobre os insurgentes. Segundo o chefe da polícia de Bogotá, o General Daniel Castiblanco, quatro polícias saíram feridos do incidente e cerc de 100 pessoas foram presas.

O centro da cidade foi encerrado ao trânsito e os locais não puderam sequer usufruir das tradicionais ciclovias de Bogotá. Um comerciante local, Manuel Cifuentes, afirmou que as “medidas de segurança foram excessivas”.

Tal como Bush, também o presidente da Venezuela, Hugo Chávez está em visita pelos páises latino-americanos. No último domingo, na Bolívia, Chávez apelou a um contra-ataque socialista contra o “Império Americano”.

A Colômbia foi o terceiro país visitado pelo presidente americano nesta digressão. Bush ficou apenas seis horas em Bogotá tendo, depois de ter deixado a capital colombiana, partido em direcção à Guatemala de onde partirá rumo ao México, o último destino em carteira, estando a chegada a Washington prevista para quarta-feira.

Particodracia é inevitável para o funcionamento da Democracia

Conferência na UM junta cinco deputados para discutir questões ligadas à partidarização da democracia portuguesa
Cinco representantes dos maiores partidos com assento parlamentar participaram hoje na primeira conferência da Semana de Direito, “Democracia o Partidocracia”, organizada pela Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho (AEDUM). Apesar de reconhecerem os efeitos negativos que um sistema partidário pode trazer, foram unânimes em reconhecer o valor do partido e a sua necessidade numa democracia representativa.

“A Partidocracia é uma caricatura da democracia. Dito isto, não considero que haja democracia sem partidos políticos. São pilares fundamentais para que o debate de ideias seja uma realidade em sociedade”, sentenciou o representante do Bloco de Esquerda (BE) presente no evento, João Semedo, no início da sua participação no debate.

Estas declarações do membro do BE ditaram o tom para o resto da discussão, com todos os restantes convidados a concordarem que a partidocracia tornou-se numa ferramenta indispensável ao funcionamento da democracia.

O convidado do Partido Comunista Português (PCP), Jorge Machado, sublinhou a sua ideia de que não há “intervenções públicas independentes”. Nas palavras do deputado, “quando se tomam posições públicas, essas são posições políticas que podem, ou não, enquadrar-se dentro de uma determinada perspectiva política, com um partido em particular”.

O deputado socialista eleito pelo círculo de Braga, Miguel Laranjeiro, sublinhou na sua intervenção a necessidade que existe em ter “noção de que não há democracias sem partido. Os partidos são essenciais à democracia.”

No entanto, o socialista reconheceu que “a partidocracia representa um desvio da democracia” mas que “é um desvio necessário” pois “a democracia exige a organização social dos indivíduos”.

O deputado do Partido Social Democrata (PSD) presente no debate, Pedro Duarte, deu conta da sua crença de que a democracia Portuguesa é “equilibrada”. “Os partidos políticos existentes hoje são quase os mesmos desde o 25 de Abril. Os portugueses aceitam essas posições.”

O antigo líder da Juventude Social Democrata (JSD) salientou a necessidade de que as pessoas não apareçam na cena política apenas para votar. Os cidadãos “não podem votar e desaparecer”. Têm de acompanhar a gestão que é feita do poder.

O último convidado a usar da palavra na ronda inicial foi o deputado minhoto Nuno Melo. O antigo líder do grupo parlamentar do CDS/PP relembrou que a “democracia é um regime dinâmico, com os seus defeitos e virtudes” e que a partidarização do regime é uma “inevitabilidade”.
Direito em Bolonha
No início da sessão a presidente da AEDUM, Cláudia Castro, deu contra da apreensão dos alunos de direito a nível nacional face às imposições que a Ordem dos Advogados acabou de sugerir à Assembleia da República.

Questões como a obrigatoriedade do cumprimento do 2º ciclo para se poder exercer direito em Portugal foram levantadas pela dirigente associativa. Alertou também para o facto de essa medida vir a “banalizar” o mestrado e questionou a legitimidade do aumento das propinas. A presidente da AEDUM apresentou ainda a sua dúvida perante as medidas sugeridas pela Ordem pois, se Bolonha visa acelerar o completar dos cursos, então como justificar que seja exigido aos alunos seis anos de estudo – quatro de licenciatura e dois de mestrado – em vez dos actuais cinco, se as regalias são as mesmas?

Dirigindo-se abertamente aos convidados, questionou quais seriam as medidas a tomar para evitar tal cenário, condenando o Processo de Bolonha, avisando para o risco do mesmo representar “mais dinheiro, mais tempo, menos condições e menos justiça” para os alunos.

De uma forma geral, todos os convidados manifestaram o seu apoio para com os estudantes de Direito. Nuno Melo deu conta de que a medida proposta pela Ordem “funciona como barreira de acesso à profissão”. O mesmo atestou que o mestrado não pode ser visto como “uma ferramenta dificultadora”.

Pedro Duarte também considerou que tem havido uma constante tentativa de “filtração no acesso à profissão”.

Porém, “a profissão mudou” nos últimos e os alunos terão de estar prontos para essa realidade. Afirmou também que não concorda com a imposição do mestrado, mas avisou os estudantes presentes que o facto de o curso ter apenas quatro anos “não significa que vão deixar de estudar mais cedo”.

Jorge Machado assegurou que Bolonha irá representar o agravamento do número de anos para completar o Ensino Superior, considerando mesmo que representa uma “desvalorização da licenciatura” e que “o mestrado estará apenas disponível para os mais favorecidos”.

Miguel Laranjeiro preferiu salientar o aumento da competição preconizado pelo Processo de Bolonha, mostrando a sua determinação em discutir o caso dos estudantes de Direito junto da Comissão de Educação.

“Quem controla a Comunicação Social?”

Durante o debate foram algumas as vezes em o papel da comunicação social enquanto agente formador de opiniões foi referenciado. O primeiro a fazê-lo foi Miguel Laranjeiro. O deputado alertou para os perigos da “mediocracia”. A seu ver, nos dias de hoje não são os políticos quem influencia os cidadãos nem determina a agenda mediática. Esse papel será, agora, desempenhado pelos media e pelos comentadores políticos.

Pedro Duarte insistiu nessa ideia durante a sua intervenção. Questionando-se se as pessoas que exercem o poder são aquelas que são eleitas para esse fim, o social-democrata levantou a questão: “Quem manda na comunicação social? Ninguém controla aquilo que a imprensa diz. O seu poder ultrapassa o poder político”.

Como exemplo citou o caso do novo Aeroporto da Ota. Citando uma série de estudos técnicos que desaconselham a construção da estrutura naquele local, Pedro Duarte assegurou que caso os media tivessem abordado o tema o aeroporto já não seria construído. Deu conta de uma “unanimidade nacional” contra a Ota, à qual a imprensa não dá destaque.

Deu ainda um outro exemplo da mediatização do poder, o pedido de julgamento pela televisão de Valentim Loureiro. Duarte questionou se este não seria um pedido legítimo pois o major “encontra-se a ser julgado pela comunicação social há mais de dois anos”.

Para o deputado laranja o facto de a comunicação social não tratar um assunto retira força de contestação ao cidadão. O grande problema é que não se conhece quem controla a comunicação social, o poder por detrás das câmaras.

“Existem profundas diferenças ideológicas entre os partidos”

Uma das questões levantadas pela moderadora do debate teve a ver com as diferenças ideológicas entre os partidos e as razões que teriam levado os convidados a aceitar certas orientações doutrinárias.

O comunista Jorge Machado fez questão de sublinhar as “diferenças profundas” entre o PCP e o CDS como ponto para justificar “cada vez mais” o debate em torno da ideologia política de cada um.

Sublinhou a importância que a leitura de Marx, Engels e Lenine teve na formação da sua ideologia política.

Nuno Melo referiu a sua experiência no conturbado período pós-25 de Abril como determinante para a definição da sua orientação política.

Pedro Duarte levantou, durante a sua intervenção, a possibilidade de, para a opinião pública, o debate em torno da luta ideológica ter “acabado”. “Fará sentido continuar a falar-se de grandes diferenças ideológicas entre os partidos”, questionou o deputado do PSD.

Jornalismo em debate na UP

Os alunos de jornalismo da Universidade do Porto acolheram, nos dias 8 e 9 de Março, jornalistas e professores portugueses da área. No encontro foram discutidos o presente e o futuro da profissão.

O edifício do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação (JCC) da Universidade do Porto (UP) foi o palco do Congresso Internacional Premium, que juntou docentes de várias universidades portuguesas.

A investigadora Sandra Marinho, do Departamento de Ciências da Comunicação (DCC) da Universidade do Minho (UM), garantiu que há “uma relação indissociável entre os padrões de empregabilidade e o tipo de formação que os licenciados recebem”.

Há jornalistas a mais

A dificuldade em encontrar emprego está a aumentar. No entender do docente João Figueira da Silva, da Universidade de Coimbra (UC), há demasiados jornalistas e são poucos os que se destacam pela positiva. Há uma “hemorragia de jovens licenciados” em jornalismo, pelo que é necessário suspender os novos cursos do ramo e potenciar a actividade dos restantes, sublinhou no decurso do debate.

Segundo João Correia, da Universidade da Beira Interior (UBI), faz cada vez mais parte do quotidiano dos jornalistas a utilização das novas tecnologias. Ainda assim, elas devem ser vistas de forma cautelosa e não como inventos miraculosos, acrescentou.

O evento, organizado pelo Centro de Estudos das Tecnologias, Artes e Ciências da Comunicação da UP, contou ainda com a presença de José Manuel Nobre-Correia, do Observatório dos Media na Europa, e Wayne Wanta, presidente da Associação para a Educação no Jornalismo e Ciências da Comunicação.

Artigo original. Versão editada (ComUM).

Cavaco sublinha que RTP é moderna e independente

Chefe de Estado esteve na gala dos 50 anos da estação televisiva

O Presidente da República, Cavaco Silva, respondeu ontem à denúncia do PSD de uma alegada governamentalização da RTP. Na cerimónia dos 50 anos da televisão estatal, Cavaco afirmou que a sua modernidade faz dela uma instituição exemplar.

“A prestação do serviço público traz, para os que trabalham na RTP, especiais exigências de rigor, imparcialidade e de qualidade da informação”, assegurou o chefe de Estado, que inaugurou o novo centro de produção da empresa pública e lhe atribuiu o título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique.

Para Cavaco a concorrência com a SIC e a TVI funciona como “elemento de estímulo para que a RTP continue a modernizar-se”. Com uma evolução bastante positiva, a estação “continua atenta aos sinais dos tempos e permanece tão jovem e criativa como nos primeiros tempos”, afirmou o Presidente da República.

As afirmações de Cavaco surgiram como resposta às declarações de Miguel Macedo, do PSD. O deputado social-democrata indicou que “a RTP está a passar de televisão pública a televisão oficial do Governo. O Governo dá ordens e os profissionais da RTP submetem-se”.

A cerimónia de aniversário da RTP deu-se ao longo do dia e foi transmitida na RTP 1. Das 10h00 às 17h00 ficou a cargo de Jorge Gabriel, passando logo em seguida para a inauguração do novo centro de produção. Pelas 20h30 iniciou um directo a partir do Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Imagem: Logótipo da RTP (Foto: JornalismoPortoNet)
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Países europeus devem unir-se

Debate sobre Europa pede mais políticas comuns

O futuro da Europa. Foi esse o tema da conferência que ontem pela manhã teve lugar no Complexo Pedagógico II (CP2) do Campus de Gualtar da Universidade do Minho (UM), em Braga. Ficou assente a necessidade de se chegar a políticas comuns e deixar de parte os nacionalismos exagerados, que levam ao isolamento.


O “II Debate Nacional sobre o futuro da Europa” terá tido na comunicação do docente da Universidade de Vigo Celso Outeda o seu expoente máximo. O galego falou na dependência energética dos países europeus e declarou que a Europa deve ter uma política comum nesse capítulo, caso contrário as divisões inter-governamentais vão aumentar.

Para Outeda, o euro é um exemplo de como “a União Europeia (UE) é capaz de grandes empresas”. Ainda assim, a proveniência de 50 por cento da energia europeia provém de fora do continente, um valor que aumentará em 20 por cento até 2050, garantiu o professor. A UE só agora parece acordar para o problema, até porque a desintegração da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) levou a que houvesse mais países dispostos a exportar energia.

Recusando que as energias eólica e solar sejam soluções viáveis, porque são bastante limitadas, Outeda falou na “nova preocupação” dos Governos europeus. É a estratégia política que subjaz nas decisões. Um exemplo é a recente concertação nos preços do gás feita pelo Brasil e a Bolívia. “Não com razões de mercado mas políticas”, sublinhou o docente. Também a Rússia faz uso da energia para fins políticos, afirmou Outeda.

Democracia deveria ser mais participativa

A abordagem do futuro do “velho continente” deu-se sobre vários outros ângulos. Proveniente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, António Teixeira Fernandes falou na urgência de se transformar a actual cidadania passiva em cidadania activa. “A política é uma actividade do demos, do povo”, não a actividade de uns, afirmou, acrescentando que é papel da classe política fazer com que a população intervenha mais nas decisões políticas. Uma das vertentes desse processo é o reforço do poder local, que embora tenha como efeito a lentidão processual é um factor de descentralização muito importante.

Da Universidade Católica de Lisboa, Francisco Torres discursou sobre o modelo democrático. “Nas sociedades democráticas modernas as pessoas querem participar mais” e verifica-se em Portugal que há uma diminuta discussão em torno do modelo de sociedade presente e futuro, afirmou, concluindo que em países como a França isso não acontece.

Preocupante é no entender do docente a forte heterogeneidade política inter-governamental na Europa. Os custos de tal facto poderão levar à saída de alguns países, ainda que os benefícios políticos se sobreponham nos dias correntes, declarou Torres. “A UE pode desempenhar um papel essencial na governação global”, ainda que os países membros tenham um forte pendor restritivo sobre a sua economia, o que influi na sua competitividade e poder geopolítico, garantiu.

Exclusão e isolacionismo são ainda muito acentuados

Foi precisamente sobre a questão da nacionalidade que incidiu o discurso da professora da UM Isabel Estrada. Para a docente, a cidadania europeia não substitui a nacional; complementa-a. Mas a realidade “não se lhe afigura muito animadora”. A cidadania europeia é “bastante elitista” e “continua refém da cidadania nacional”, indicou Estrada, acrescentando que os imigrantes, o grupo populacional mais excluído, são os que mais sofrem com a sobreposição do “critério da nacionalidade”. “O problema da Europa não é ela própria; são os europeus”, diria o membro do IEEI Gonçalo de Santa-Clara Gomes, que também interveio no debate.

Mas qual o motivo para a desunião dos executivos europeus? A resposta é simples, no entender do Vice-Reitor da UM, Acílio Estanqueiro Rocha: “Os estados europeus não se submetem a um poder central porque permanecem poderosos”. Além disso, a “democracia imperfeita” europeia leva a “argumentos de ontologia nacional”, asseverou. Reportando a sua declaração aos clássicos da política, Estanqueiro Rocha falou na necessidade de complementar o optimismo de Rousseau com o pessimismo de Hobbes e sentenciou que “faltam à UE políticas externas e de Defesa comuns”. “Apesar da morosidade dos passos e da lentidão dos processos, a UE não está em busca do tempo perdido”, finalizou.

A investigadora da UM Helena Guimarães apresentou os resultados de um seu estudo sobre a circulação de bens na Europa. Com a clara evolução no número de produtos em circulação deu-se também um recrudescimento do proteccionismo, o que levou a um aumento do número de infracções. Neste campo são a França, a Itália e a Alemanha que se destacam, protegendo-se “em detrimento do interesse comunitário”, garantiu Guimarães. Países mais pequenos, como Portugal, que surge a meio da tabela, “não têm tantos motivos para prevaricar”, pressionados que são pelos países grandes, reiterou a investigadora.

Organização contente com debate

Em declarações ao COMUM, o organizador e moderador Luís Lobo-Fernandes mostrou-se satisfeito com o debate conseguido. “O conjunto dos contributos foi excelente” e os temas debatidos “prendem-se com os principais dilemas do aprofundamento do processo de integração europeia”, declarou o pró-reitor da UM. Segundo Lobo-Fernandes, “parece ser inultrapassável que o conjunto de respostas necessárias para os principais problemas de ajustamento requer mais Europa e não menos Europa”.

Quanto ao público presente, o professor disse ser o seu número “razoável” e justificou-se com o horário do debate. “Não podemos deixar de fazer estas iniciativas”, mas “é evidente que estaria mais confortável se tivesse mais participação”, afirmou Lobo-Fernandes, acrescentando que “há aqui um problema de cultura política” e lembrando o ligeiro atraso no início do evento. Ambos terão, de certa forma, influenciado a “média de 50 pessoas” assistentes ao longo da manhã.

Artigo original. Versão editada aqui (ComUM).

AAUM com orçamento 16,3 por cento superior

Soares apresentou os principais projectos para este ano

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) referiu ontem, em Reunião Geral de Alunos (RGA), que sofreu uma série de cortes orçamentais para 2007. Ainda assim, o presidente Pedro Soares garantiu que a renegociação de contratos e o desenvolvimento de projectos levaram a um crescimento de 16,3 por cento nos fundos da entidade, em comparação com 2006.


As reduções são várias e “sofridas na pele”, afirmou resignado Soares. Provêm da reitoria, do Instituto Português de Juventude (IPJ) e das receitas directas dos alunos, cujo número tem vindo a diminuir. Mas o presidente da AAUM asseverou, confiante, que 2007 é, até, um ano mais próspero financeiramente que 2006.

A RGA serviu também para a apresentação detalhada do Orçamento da AAUM para 2007. A divisão por departamentos constituiu também uma forma de o líder associativo apresentar os principais projectos a ser desenvolvidos este ano.

Concurso de DJs é novidade

A par da intenção de reestruturar o RIAPA, incidindo a mudança sobretudo nas “metodologias de avaliação”, segundo Soares, estão a ser ou serão levadas a cabo pela AAUM várias actividades. Com a Gata na Neve a terminar a 10 de Março e os cartões de sócio a ser entregues até ao fim do mês, a ênfase será colocada no iminente concurso de DJs e no já famoso UMPlugged.

É também, nas palavras de Soares, intenção da AAUM conceber uma “revista AAUM”, que terá “maior visibilidade lá fora, com o lançamento da revista para o exterior”, sublinhou o presidente associativo. Mais uma vez, será dada especial atenção ao Enterro da Gata, considerado o principal evento anual da AAUM.

Soares recordou também a recente reformulação do sítio da AAUM na Internet. A “informação [será] sempre actualizada”, assegurou o sucessor de Roque Teixeira. A transposição do jornal Académico para guarda da Rádio Universitária do Minho (RUM) faz, no entender do líder da AAUM, “mais sentido” e repercute-se numa alteração dos estatutos e maior independência em relação à associação.

Artigo original. Versão editada aqui (ComUM).

UM assina acordo com Vieira do Minho


A Universidade do Minho (UM) e a Câmara Municipal de Vieira do Minho assinam hoje, pelas 15h00, um protocolo de cooperação. O acordo será celebrado no Salão Nobre da Reitoria, no Largo do Paço, em Braga.

A cerimónia baseia-se na aproximação entre a instituição educativa e o município. A representá-los estarão o reitor da UM Guimarães Rodrigues e o Presidente da Câmara Municipal da vila minhota, Albino Carneiro.

Em questão está o desejo do município de ver o seu património arqueológico protegido, explorado e valorizado. Da parte da UM, o interesse prende-se com a possibilidade de que os seus investigadores possam estudar vários aspectos geográficos da vila.

O protocolo a assinar contém uma cláusula que prevê a realização de estágios curriculares de estudantes da UM no município de Vieira do Minho.

Imagem: Logótipo do Gabinete de Imprensa de Guimarães (Foto: GIG)

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aqui (ComUM).

Sismo na Indonésia mata pelo menos 70 pessoas

A ilha de Sumatra, na Indonésia, foi abalada por dois sismos na manhã de ontem que causaram, no mínimo, a morte a 70 pessoas, fazendo ainda dezenas de feridos.

Segundo fontes oficiais, o abalo registou-se às 10h49 (3h49 em Portugal) tendo como epicentro a cidade de Bukittinggi, na ilha de Sumatra. As mesmas fontes confirmaram que um dos abalos atingiu, na escala de Richter, o grau 6,3.

Vários edifícios sentiram os efeitos do sismo, sendo que alguns deles chegaram mesmo a ruir.

A ilha de Sumatra foi uma das ilhas atingidas pelo terramoto de grau 9 na escala de Richter de 26 de Dezembro do 2004 que provocou a morte a mais de 230 mil pessoas.

O sismo foi também sentido em Singapura e na Malásia, mas sem vítimas registadas nesses países asiáticos local.

O Gabinete de Imprensa de Guimarães (GIG) vai celebrar no dia 24 de Março o seu 31º aniversário com um debate sobre o presente e o futuro da imprensa em Portugal.

De nome “O momento actual da imprensa e estratégias de futuro”, a conferência vai contar com a presença do ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva. Convidados estão também os directores dos jornais regionais Diário do Minho e Correio do Minho. José Miguel Pereira e Paulo Monteiro, respectivamente.

A sessão matinal inclui ainda um discurso do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, António Magalhães, e uma comunicação do director-adjunto do jornal Público, Manuel Carvalho.

Para a tarde está marcada a celebração de um acordo entre o GIG e o Grupo dos Alunos de Comunicação Social da Universidade do Minho (GACSUM). As entidades pretendem iniciar um processo de colaboração. A sessão solene termina com uma Assembleia-Geral do GIG.

Imagem: Logótipo do Gabinete de Imprensa de Guimarães (Foto: GIG)

Artigo original. Versão editada aqui (ComUM).
P.S.: serão aqui colocados todos os meus 'originais' do ComUM doravante.