O Presidente da Portugal Telecom (PT) mostrou-se na sexta-feira bastante crítico relativamente ao efeito da OPA da Sonaecom sobre a sua empresa no que às telecomunicações diz respeito. “Ao aceitar as fusões da PT Comunicações com a Novis e da TMN com a Optimus, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários deu à Sonaecom a possibilidade de beneficiar de uma posição dominante no sector", declarou Henrique Granadeiro.

Criticando as decisões da CMVM ao longo de todo o processo orientador do negócio, Granadeiro lembrou em conferência com as accionistas da PT o estudo da Autoridade da Concorrência (AdC) que mostra que os preços das telecomunicações deverão aumentar em 6,3 por cento caso a OPA se concretize.

Granadeiro enunciou ainda um grupo de razões para a rejeição da proposta da Sonae, destacando-se o seu nível de endividamento e o facto de que as elevadas sinergias da operação não estão a ser partilhadas com os accionistas da PT. Para além disso, o Presidente da empresa estatal lembrou aos seus accionistas que “a oferta põe em causa a força da PT no mercado global”.

Quem também se mostrou contra o mega-negócio foram os trabalhadores da PT. Através do seu porta-voz, Francisco Gonçalves, a Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa garantiu ao Diário Económico que espera que “o Governo não viabilize nenhum projecto que ponha em causa a unidade da empresa”. A vontade dos seus funcionários é, assim, “que o Governo trave a OPA”.

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