Israel quer manutenção do boicote financeiro à Palestina

Novo executivo tem de aceitar condições internacionais

O primeiro-ministro israelita pediu hoje à comunidade internacional que não recomece o envio de ajuda financeira para a Palestina. Na abertura do Conselho de Ministros, Ehud Olmert afirmou que antes da ajuda internacional o recém-formado Governo palestiniano tem de reconhecer Israel e cessar a violência.

O executivo formado ontem "incorpora elementos extremamente problemáticos que são inaceitáveis para Israel e para a comunidade internacional", declarou Olmert. Assim, a política "para isolar um Governo que não aceita os princípios do Quarteto" de Madrid deve permanecer, sublinhou.

O contacto com o executivo palestiniano será exercido de forma indirecta, garantiu Olmert. Mahmoud Abbas, líder da Autoridade Palestiniana (AP) e do partido político Fatah, vai continuar a ser o mediador das negociações israelo-palestinianas, sublinhou, acrescentando que o Hamas, que partilha o novo executivo com a Fatah, terá de seguir as exigências do Quarteto.

O grupo, constituído pelos Estados Unidos (EUA), a União Europeia, a ONU e a Rússia, congelou o apoio financeiro à Palestina há cerca de um ano por esta se recusar a reconhecer o Estado de Israel e não ter renunciado ao uso da violência. Também Israel não faz transferências mensais à Palestina há meses, o que influi na má situação financeira vivida actualmente pela AP.

EUA "desiludidos" com novo Governo palestiniano

Os EUA também exigem do novo grupo dirigente da Palestina o seguimento das condições impostas pelo Quarteto. "Ficámos desiludidos pelos discurso de Ismail Haniyeh no sábado. Ele teve ocasião para aceitar publicamente os princípios estabelecidos pelo Quarteto de Madrid, mas não o fez. Também ficámos desiludidos com o programa que apresentou", declarou um porta-voz da embaixada norte-americana em Telavive, Israel.

Tal como Israel, os EUA continuarão o diálogo com a Palestina através do presidente da AP. "Vamos continuar a ter contactos com o presidente Mahmud Abbas e com personalidades que não sejam membros de uma organização terrorista", afirmou o porta-voz, numa alusão ao grupo político-militar Hamas.

O novo executivo da Palestina resulta de uma coligação entre os dois principais partidos: o Hamas e a Fatah. A votos ontem em Parlamento, foi aprovado por maioria esmagadora (83 contra 3). Na liderança do estado palestiniano fica Haniyeh, do Hamas, que mantém do anterior Governo o cargo de primeiro-ministro.

Ehud Olmert não negoceia com o Hamas (Foto: Slate)

Artigo original. Versão editada aqui (ComUM)

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