Irão recusa-se a libertar militares britânicos

Governo Iraniano mantém-se indiferente aos pedidos de libertação vindos do Iraque

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Hoshiyar Zebari, pediu ao seu homólogo iraniano, Manoshahr Mutakki, que libertasse os 15 marinheiros britânicos que foram capturados pela marinha do Irão por, alegadamente, terem invadido águas territoriais iranianas há quatro dias atrás.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque tem-se desdobrado em contactos com o Irão com vista à libertação dos 15 marinheiros britânicos que tripulavam o HMS Cornwall. Segundo o político iraquiano, a prisão não se justifica pois a tripulação encontrava-se em águas iraquinas.

Num comunicado lançado à imprensa local, o ministro iraquiano revelou que “de acordo com a informação disponível os soldados foram detidos dentro de águas iraquianas”.

O navio HMS Cornwall é o responsável pela patrulha dos mares do Iraque. No comunicado oficial revela-se que o navio estava “a cooperar com as forças multinacionais com a aprovação do governo iraquiano e de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.

De acordo com o porta-voz do ministério, “o ministro tem apelado para a libertação dos detidos e para que se lide com este assunto de forma mais sensata”.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, deu conta da sua “confiança absoluta” de o navio se encontrava a operar em águas iraquianas e voltou a exigir a sua libertação.

Incidente não é inédito

No domingo, o embaixador do Reino Unido no Irão, Geoffrey Adams, encontrou-se com oficiais do governo de Teerão mas não conseguiu a libertação dos 15 tripulantes do navio – oito marinheiros e sete fuzileiros.

Esta não é a primeira vez que um navio britâncio e seus tripulantes são detidos por agentes iranianos por, supostamente, terem invadido águas territorias iranianas.

Há três anos atrás foram oito os oficiais britânicos detidos. O fuzileiro, Scott Falon, fez parte desse grupo e revelou, em entrevista à BBC, que ele e os seus colegas foram sujeitos a tortura psicológica e acusados de espionagem.

“Eles apenas queriam saber qual a nossa missão – porque estávamos no Irão. Não tínhamos resposta para essas questões. A nossa missão era no Iraque, que era onde estávamos. Suponho que seja exactamente isso que se esteja a passar agora”.

“Nunca se sabe se estão a tentar acusar-nos de mais alguma coisa. No nosso caso, acusaram-nos de sermos espiões no Irão, algo que era completamente novo para nós”, conclui o antigo fuzileiro britânico.

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