Associativismo em Braga “está bem e recomenda-se”

A afirmação pertence a Pompeu Martins, delegado do Instituto Português da Juventude (IPJ) de Braga que esteve ontem na tertúlia “Um olhar sobre o associativismo”. Organizada pelo Núcleo de Estudantes de Educação da Universidade do Minho (NEDUM), o evento contou ainda com a presença de membros da recém-criada associação Fazer Acontecer.

Martins enalteceu o facto de que o distrito de Braga é dos que melhor conseguem apoios financeiros governamentais para as suas associações. Um processo em que é muito importante a acção do IPJ, indicou o representante da instituição, mostrando-se "satisfeito com os resultados" conseguidos localmente. O associativismo bracarense "está bem e recomenda-se", gracejou.

O associativismo é bastante enriquecedor e curricularmente importante, garantiu Martins, que apontou o problema da comunicação como o principal óbice a uma maior divulgação das suas actividades. Ainda assim, referiu, a actual lei do associativismo resolve alguns erros da anterior, resultando da insatisfação em relação a ela.

Fazer Acontecer representada no encontro

A tertúlia acolheu dois representantes da Fazer Acontecer, uma associação cultural fundada por ex-membros do NEDUM que "nasceu para o público no sábado passado", lembrou Dinis Madureira, um dos convidados. "Começámos no Verão, na perspectiva de concretizar uma ideia e uma vontade", acrescentou Diana Mesquita, também co-fundadora do projecto.

"Começamos do zero, praticamente", prosseguiu Mesquita, que se congratulou pela equipa dinâmica conseguida desde então. Dinis Madureira anunciou a ligação do grupo à Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e o facto de que a Fazer Acontecer é "uma associação juvenil sem fins lucrativos" que tem como objectivo "fomentar o empreendedorismo".

Madureira falou ainda na "vertente formativa" que a Fazer Acontecer tenta inculcar em todos os seus projectos. "Não há uma população-alvo específica. [A nossa associação] abrange todos os géneros, ideologias, etnias. Queremos Fazer Acontecer com toda a gente", sublinhou, rematando com a "experiência completamente nova e muito enriquecedora" que está a ser provida pela filiação ao projecto.

Palhares critica falta de interactividade

No debate moderado pelo director da licenciatura em Educação, Eugénio Silva, o docente do Instituto de Educação e Psicologia (IEP) José Palhares colocou questões relativas ao associativismo. "Fará sentido insistir no modelo associativo actual?" e "não será este modelo de associativismo um satélite da democracia?" foram perguntas deixadas no ar pelo professor, que lamentou que "em Portugal o fenómeno do associativismo tende a fomentar de cima para baixo, e não de baixo para cima".

Os representantes do Corpo Nacional de Escutas (CNE) Ana Sofia e Artur falaram nos ensinamentos apreendidos através do contacto com a instituição fundada em 1923. "O escutismo em Portugal foi fundado em Braga", referiu Ana Sofia, declarando que a maneira como age no quotidiano baseia-se nos "valores que lhe incutiram".

Imagem: Eugénio Silva, José Palhares e Ana Sofia atentos à intervenção de Artur (Foto: Rui Rocha/ComUM)

Artigo original. Versão editada aqui (ComUM)

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