Site do JN vai mudar de cara

Chefe de redacção Paulo Ferreira garante mudanças brevemente

À margem das X Jornadas de Comunicação Social, o chefe de redacção do Jornal de Notícias (JN) Paulo Ferreira anunciou ontem ao ComUM que o sítio onlne do jornal vai ser reestruturado dentro em breve. De visita à Universidade do Minho (UM), o jornalista afirmou que o órgão informativo "não se compromete com uma data, porque o essencial é que [o produto final] saia bem”.

O novo sítio na Internet do JN será "um site muito interactivo", mais "próximo dos cidadãos", garantiu Paulo Ferreira, anunciando ser intenção do jornal permitir comentários aos artigos colocados online. Os textos do leitor devem, no seu entender, ser "sempre mediados". "Os jornais têm uma obrigação para com o seu público que os limita obviamente naquilo que publicam. Não nos podemos dar ao luxo de ter no nosso site comentários acima do limite" eticamente aceitável, declarou.

Reconhecendo que provavelmente "há outras soluções", o jornalista mostrou-se "defensor" da mediação dos textos escritos pelos leitores. "A assinatura dos comentários, ainda que nos possa desresponsabilizar legalmente, nos tribunais, não nos desresponsabiliza eticamente", pelo que é um dever do JN filtrar o feedback do público, assegurou.

Ainda que o JN seja "transversal", porque "entra pelas classes todas", o seu conteúdo "é mais disperso, muito mais volátil" do que o do jornal Público. Assim, Paulo Ferreira não crê que o número de comentários do seu jornal vá ser próximo do do jornal lisboeta. "Os comentários do Público são de índole diferente" da que orienta os critérios editoriais do JN, sublinhou.

Mudança ainda sem data

Mas quando é que esta nova concepção se tornará realidade? "Não há nenhuma data ainda, porque tivemos alguns problemas que resultaram de uma parceria menos eficaz com a SAPO", afiançou o chefe de redacção. "Partimos basicamente quase do zero" e "não nos interessa tanto que [o processo] seja rápido", embora não deva ser muito demorado, indicou.

As alterações no JN não se ficam pela estrutura do site e pela procura de interactividade. Porque a região Norte de Portugal constitui "quase 90 por cento do público" do jornal, este está já a apostar seriamente nessa área do país. "É uma aposta essencialmente no público-alvo actual e resulta de um compromisso de relação cada vez mais directa com esse público-alvo", asseverou Paulo Ferreira.

Segundo o jornalista, a recente substituição da região Minho pela secção Norte é mais do que uma mudança no nome. Norte "agrega Trás-os-Montes, tal como um pedaço de Aveiro", informou, acrescentando que a nova configuração geográfica do jornal respeita a Nomenclatura das Unidades Territoriais II (NUT II).

Imagem: Paulo Ferreira (à direita) foi integrado no painel “Futuro sem intermediários?” das X Jornadas de Comunicação Social (Foto: Victor Ferreira/ComUM)

Artigo original. Versão editada ainda não disponível (ComUM)

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